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MEC eliminou mais de 1,5 mil candidatos por tentativa de fraude

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Entre os cerca de 5 milhões de participantes do Enem 2013, 1.522 candidatos foram eliminados por tentativa de fraude nos dias de aplicação da prova.

Segundo o Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame, esses estudantes foram identificados, por exemplo, com ponto eletrônico, aparelho celular ou algum outro mecanismo de consulta a conteúdos externos. Esses candidatos se somam aos outros 36 eliminados por postarem foto das provas em redes sociais.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou na última sexta-feira, durante agenda em São Paulo, que dos 1.522 eliminados, 396 são do Estado de Minas –quatro deles de Barbacena, cidade onde uma quadrilha teria tentado fraudar o Enem. A Polícia Federal investiga a atuação do grupo, que teria a participação de um fiscal de prova.

O Inep afirma ainda não ser possível saber se entre esses candidatos eliminados estão possíveis beneficiários do esquema. "Até o momento, nenhum nome de suposto candidato beneficiado ou de fiscal foi repassado ao Inep. Sendo, portanto, as alegações de fraude no Enem, até então, baseadas apenas em diálogos entre fraudadores", diz o instituto, por meio de assessoria de imprensa.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, confirmou, na sexta-feira, que dentre os eliminados, 396 pessoas foram em Minas. Destas, quatro em Barbacena, onde a quadrilha atuava. “Não recebemos nenhum nome para confirmar se são participantes, de qual escola, para fazermos os cruzamentos possíveis em relação à prova", disse o ministro.


Ao todo, 23 mil pessoas participaram do esquema de segurança do exame –entre agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e militares das Forças Armadas.
A Polícia Civil de Minas Gerais identificou e prendeu os integrantes da quadrilha. De acordo com o delegado Fernando Lima, responsável pelas apurações, o líder do bando, José Cláudio de Oliveira, 41 anos, chegou a subornar um fiscal do Enem em Barbacena, na Zona da Mata de Minas, pagando R$ 10 mil – R$ 5 mil para cada dia de prova – para ter acesso ao caderno amarelo.

José Cláudio fotografou o caderno e enviou para os chamados “pilotos”, membros da quadrilha responsáveis pela correção da prova. Ele recebeu de volta o gabarito da prova amarela e disparou via SMS e ponto eletrônico para os candidatos que haviam pagado pelo serviço. A polícia acredita que entre 100 e 150 pessoas pagaram valores de R$ 70 a R$ 100 mil para se beneficiar das respostas do Enem. A princípio os envolvidos seriam todos candidatos com pretensão em estudar medicina, mas ainda será apurado se há outros cursos.

A quadrilha tinha todos os detalhes da fraude muito bem amarrados. Mesmo com a medida de segurança de quatro cores de caderno e uma frase em cada uma das provas, os criminosos conseguiram garantir o golpe. Todos os candidatos combinados com a quadrilha marcavam no gabarito que estavam com o caderno amarelo, mesmo estando com exame de outra cor. Seria função do fiscal de prova verificar essa marcação na folha de respostas, mas nem sempre era feita essa vigilância.

Em caso de candidatos que passavam pela vigília dos fiscais, no momento da marcação da prova, havia um esquema de caneta que apaga a tinta. Assim, o candidato poderia mudar a cor da prova na folha de resposta garantindo um gabarito amarelo. No fim, o que a quadrilha precisava era que todos os candidatos combinados ficassem com o caderno amarelo. A frase escrita na prova e que deve ser transcrita pelo candidato no gabarito, era repassada via SMS ou ponto eletrônico.

De acordo com o Inep, o órgão ainda não recebeu nenhum nome de suposto candidato beneficiado ou de fiscal que tenha facilitado o esquema. Sendo assim, o Inep afirma que “as alegações de fraude no Enem, até então, baseadas apenas em diálogos entre fraudadores”. Através de nota, informou , também, que, como o Inep ainda não teve acesso aos possíveis beneficiados pelo esquema, é impossível verificar se eles estão entre os 1.522 candidatos já excluídos do exame por fraude.

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